Denise Nagem
Arteterapeuta, Especialista em Arteterapia,
Focalizadora de Danças Circulares, Artista Plástica, Arquiteta.
Docente dos Cursos de Formação e Pós-Graduação Lato Sensu em
Arteterapia POMAR/ISEPE http://www.arteterapia.org.br
Diretora Acadêmica da AARJ (Associação de Arteterapia do Rio de Janeiro)
DANÇAS CIRCULARES SAGRADAS
O primeiro impulso artístico da humanidade nasceu da observação dos astros. O movimento circular de ascensão e descida das rodas celestes foi representado na terra através da dança.
Na pré-história da humanidade, a arte de imitação da dança cósmica era a forma autêntica do ritual religioso. O homem antigo imitava as formas e movimentos da natureza com o desejo de chegar à perfeição.
A dança era ela mesma uma divindade que simbolizava a harmonia das leis da terra e do céu.O ser humano integrado à natureza dançava os ritmos cíclicos da vida e sentia-se tomado pela pulsação orgânica do universo.
E o ser humano dançava porque dançar era sagrado, porque o movimento da natureza era sagrado e porque tinha muita importância no dia-a a dia dele. Por isso, ele vivia ritualizando e celebrando essas passagens de ciclos.
Antes de mais nada as comunidades humanas dançaram seus mitos, deuses e deusas. Para todos os povos de todos os tempos, dançar era expressar através do corpo e de seus movimentos significativos, as experiências vitais que ultrapassam os limites da palavra, do discurso verbal. Na dança a manifestação das emoções é sempre vista como um ato sagrado, aproximando o indivíduo e sua comunidade das forças naturais transcendentes: Deus, o Amor e a Morte, por exemplo.
Através da música e da dança o povo constrói a sua história, por meio de movimentos, de gestos, de cantos, de ritmos, e de melodias, utilizando manifestações de voz e de corpo simbólicas.
Quando um povo está em contato com seu ser interior, ele está em contato com o sagrado, então ele dança, e onde o homem dança, a dança é sagrada.
A dança é o retrato dinâmico da história humana, e está ligada ao trabalho, à festa, à religião. O homem antigo dançou em todos os momentos solenes da sua existência. Dançar era inseparável do viver cotidiano, uma arte que nasceu do fogo inicial do entusiasmo e cresceu como expressão coletiva. Todos dançavam e cantavam na comunidade.
Para acentuar o sentido da fraternidade, da partilha, da cooperação, as culturas antigas dançaram em círculo. As danças circulares ou danças de roda estão profundamente ligadas à história dos povos.
As sociedades que têm o círculo como base, são sociedades de “iguais”, onde é permita a expressão de cada ser, pois todos estão eqüidistantes do ponto central de energia, do sagrado. Dançar em círculo significa: eu pertenço a este grupo e sou igual a todos, por isso posso me expressar com liberdade e autonomia em comunhão com todos os outros membros. A energia se reverbera pelos membros do grupo de uma forma em que em nenhuma outra atividade expressiva isso é equivalente.
As Danças Circulares sempre estiveram presentes na história da humanidade – nos nascimentos, casamentos, plantio, colheita, chegada das chuvas, primavera, morte - e refletiam a necessidade de comunhão, celebração e união entre as pessoas.
No Brasil, a maioria das danças tem origem religiosa e permanecem ligadas às festas católicas, aos cultos afro-brasileiros e às cerimônias indígenas. Está presente também nos folguedos onde o povo brasileiro dança por espírito lúdico, explosão de alegria, comemorações de vitórias e celebração da vida. São expressões essencialmente ligadas às vidas das comunidades, aos seus ciclos festivos, e aos calendários.
As Danças circulares, têm em todo mundo, a qualidade de estimular o sentimento coletivo, a solidariedade social, e o espírito de cooperação, é uma consolidação de identidade, de cultura, de costumes, e de tradições, é o poder de transcendência da comunidade.
A Dança Circular se chama e se torna Sagrada pelo fato de permitir que os participantes entrem em contato com sua essência, com seu EU Superior, com a Centelha Divina que existe dentro de cada um de nós. No momento deste contato, temos a união do corpo (matéria) com o espírito.
Toda a dança folclórica que conserva a circularidade, está inserida hoje no movimento de Danças Circulares Sagradas. No mundo inteiro, pessoas das mais diversas nacionalidades, se dão as mãos para executar as danças dos povos. Esse movimento vem resgatar essa origem do sagrado na dança dos povos e incentivar a união entre as pessoas, alimentando o ideal de que os povos estejam unidos em círculo dançando em torno do planeta.
Objetivos das Danças Circulares na Atualidade:
Dançando, nosso corpo se expressa através do movimento e aquieta a mente. A alegria brota naturalmente e o movimento simples e repetido aproxima as pessoas, promovendo uma integração física, mental, emocional e espiritual. Qualquer pessoa, de qualquer idade, pode dançar em uma Roda. Não é preciso ter experiência anterior em dança, basta ter vontade, querer entrar em contato com a alegria e com a possibilidade da comunhão entre os seres humanos. As Danças Circulares promovem uma rápida integração de grupos, reflexões sobre o trabalho em equipe, compreensão sobre conflitos, o despertar da criatividade, a integração dos hemisférios cerebrais, a ativação corporal, e uma conexão com seu Eu superior.
Repertório:
Danças de integração, Danças brasileiras,
Danças de tradição indígena e africana,
Danças meditativas, Danças de celebração,
Cantigas de roda e Brinquedos cantados, Danças de finalização,
Danças dos Florais de Bach, Danças Gregas e Ciganas,
Danças Israelenses, Danças tradicionais européias.
Realização de Rodas de Danças, Oficinas Temáticas, Cursos Básico e Avançado, Workshops e Eventos, para grupos e profissionais das Áreas de Artes, Saúde, Educação, e em Empresas e Instituições.